Medicamento antifumo da Pfizer pode levar à morte, dizem pesquisadores

Pesquisadores norte-americanos afirmaram nesta quarta-feira (22) que a medicação que inibe a vontade de fumar Chantix, que é produzido pela Pfizer pode causar lesões acidentais e até levar à morte, de acordo com a agência Reuters.

Segundo pesquisa do instituto sem fins lucrativos para práticas seguras de medicação e Universidade Wake Forest, foram mais de mil problemas de saúde e lesões no primeiro trimestre deste ano em doentes que tomavam o medicamento, incluindo 50 mortes.

Os cientistas americanos analisaram dados pós-comercialização submetidos a FDA (agência reguladora de produtos alimentícios e farmacêuticos nos EUA) de pessoas que utilizaram a droga, que foi aprovada para venda em 2006.

Em comunicado, a Pfizer afirmou que estava ciente dos tipos de riscos analisados, porém declarou que os relatórios são inconclusivos. Para a empresa, o Chantix é seguro e eficaz quando utilizado corretamente.

A publicação afirma que a FDA está revisando todos os relatórios, mas ninguém da agência foi encontrado para comentar as recentes descobertas. A Reuters afirma que o Chantix alerta que o medicamento pode causar depressão, comportamento suicida, agitação e outras atividades incomuns.

Em maio deste ano, pesquisadores relataram o primeiro aumento de acidentes graves relacionados ao medicamento, como problemas na visão e cardíacos.

No Brasil, o medicamento contra o fumo da Pfizer leva o nome de Champix, está aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e é comercializado desde 2006.

O diretor médico da subsidiária brasileira, João Fittipaldi, afirmou que o medicamento é seguro e só deve ser utilizado com prescrição e acompanhamento médico. De acordo com ele, o estudo divulgado hoje nos Estados Unidos trata de "relatos espontâneos" e não é "possível estabelecer relação de causalidade" entre os problemas de saúde e o Chantix.

"É um produto que trata de um vício. Mesmo quando se para de fumar sem o uso de medicamento, [a pessoa] pode apresentar uma série de alterações físicas e comportamentais", afirmou Fittipaldi.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Anvisa para comentar o caso, mas ninguém foi encontrado por volta das 18h30 desta quarta-feira.

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