A neurocirurgiã Gracie Mery Lydia, do Centro Hospitalar Municipal de Santo André, informou nesta noite, em entrevista coletiva, que a equipe de médicos que operou a ex-refém Heloá, 15 anos, optou por manter a bala alojada porque o procedimento de retirada do projétil causaria mais danos. "Higienizamos a área, removemos os fragmentos e mantivemos a bala", disse. Questionada sobre se a operação foi bem-sucedida, Gracie afirmou que "fez o que pôde". "É um caso muito grave".
Segundo a médica, é precoce falar em seqüelas. A bala atravessou a cabeça e houve perda de massa encefálica. Além disso, houve lesão térmica (queima) do material. A adolescente permanece internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital em estado gravíssimo. Heloá também foi ferida por um tiro na virilha. A cirurgia da jovem ocorreu das 19h15 às 22h.
Heloá foi socorrida depois de ser feita refém por 101 horas em um apartamento de Santo André, na região do ABC paulista. Lindembergue invadiu o apartamento na segunda-feira, quando a ex-namorada estava acompanhada de uma amiga e dois colegas de escola. Eles fariam um trabalho para aula quando todos foram rendidos.
Ele libertou os dois adolescentes na segunda-feira e Nayara, 15 anos, na terça-feira, após mantê-la no apartamento por 33 horas. O seqüestro teria sido motivado pela recusa de Heloá de reatar o namoro.
Na quinta-feira, a Nayara voltou ao apartamento onde estão Lindembergue e Heloá. Ela ainda permaneceu lá até o desfecho do seqüestro e foi atingida por um tiro próximo do boca, mas não corre risco de morte.
A diretora do Centro Hospitalar e coordenadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade, Rosa Aguiar, declarou que foi "inadequada" a atitude do governo estadual de divulgar a informação da que Heloá teria morrido. "É estranho. Não sabemos de onde partiu essa informação. Não foi daqui do hospital", disse.
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