MIGUEZIN DE PRINCESA É DESTAQUE NACIONAL

Ontem à tarde escutando um programa de uma estação de rádio AM, a Rádio São Luís, quando vejo o locutor proclamar uma poesia da verve de... ninguém mais, ninguém menos de... quem? Do Miguezim de Princesa. Puxa vida, o meu conterrâneo pontificando no Maranhão e o que mais emocionou foi o debate que gerou tomou quase toda a tarde do programa. Até o debate da recente cassação do governador maranhense perdeu para quem? Pro Miguezim de Princesa. E no debate, me chamou muito a atenção era os ouvintes citarem, ou pedirem para repetir, alguns versos para servir de motejo a esta absurda decisão da Igreja Católica. E olha que cheguei atrasado no pedaço, bem atrasado mesmo, quando consulto o Google vejo o estonteante número de 357 citações da poesia. Entre eles o portal da UOL.

Miguezim de Princesa, na verdade, é um homem bem-sucedido da vida, nascido em Princesa Isabel (PB), filho do popular “Migué Fotógrafo”, como era carinhosamente chamado pelos seus concidadãos. Aproveito o momento para dar um depoimento do carinho e respeito que tenho pela sua valorosa pessoa e que ainda não tinha tido oportunidade de externar. O saudoso Valiomar, meu primo-irmão, me deu uma vez um testemunho sobre o Dr. Miguel. Estávamos vendo jornal e havia referências a sua atuação como delegado e Valiomar comenta “Eta, cabra arretado ”. Esclareceu que na campanha de papai a deputado federal pela Paraíba, o Dr. Miguel foi um eleitor e simpatizante da campanha e daí floresceu uma amizade que perdurou durante toda a sua vida.

Miguel Lucena

Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal, pós-graduado pela Escola de Preparação de Magistrados da Bahia e especialista em Inteligência Estratégica pela Faculdade Albert Eistein/Prospect Intelligence

(dados colhidos da coluna virtual do Dr. Miguel Lucena).

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA –

Miguezim de Princesa - 11/03/2009

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou

(Extraido do Blog O Último dos Moicanos)

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