PF prende 18 suspeitos de fraude no Detran-PB

Michelle SousaDireto de João Pessoa

A Polícia Federal cumpre 35 mandados de prisão e 60 de busca e apreensão na Paraíba, na Operação Cascavel, para desarticular uma quadrilha suspeita de operar dois esquemas fraudulentos dentro do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran). Entre os presos está o coordenador do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) da Paraíba, Aureliano Delfino Leite, e um sargento da PM, segundo informações do procurador de Justiça Francisco Sagres, que acompanha a operação. A operação se estende aos Estados de Alagoas e Pernambuco, com 3 dos 35 mandatos de prisão. O superintendente da PF na Paraíba, Cláudio Gomes, afirma que foram presos, até as 9h20, 18 suspeitos. Ele disse também que a quadrilha está completamente desbaratada

Nesta manhã, os policiais realizavam apreensões na sede do Detran, em João Pessoa, nas Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) de Campina Grande e Catolé do Rocha e em ferros-velhos. Ainda segundo o procurador, também estão entre os presos policiais, despachantes e funcionários de ferros-velhos. De acordo com Gomes, 300 policiais participam da operação.
As investigações sobre as fraudes iniciaram em fevereiro. Segundo a Polícia Federal, um dos esquemas criminosos era voltado para regularização e expedição de Certificados de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV), com a conseqüente inclusão de dados, supostamente falsos, na base estadual do Renavam.
Ainda conforme a PF, o grupo agia com o auxílio direto de falsas perícias, elaboradas pelo Instituto de Polícia Científica de Campina Grande.
O segundo esquema seria para a expedição de carteiras de habilitação, que , segundo a PF, ocorriam em total discordância aos princípios da legislação de transito. No período da investigação, desde fevereiro deste ano, foram constatados mais de 300 veículos com regularização fraudulenta, segundo a PF.
As investigações começaram depois que a polícia começou a acompanhar a atuação de um grupo de ladrões de carro que agia na Paraíba e Pernambuco. Após o roubo dos veículos, os sinais identificadores dos carros eram modificados em ferros-velhos localizados na Paraíba, e, em seguida, os veículos eram legalizados, por meio de documentos falsos.
Segundo o Detran, a suposta organização criminosa tem atuação em varias unidades do País, com a colaboração de agentes públicos. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal de João Pessoa.

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