Bancários seguem em greve por tempo indeterminado




Foram dois dias de negociações entre bancários e representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e nada de concreto foi decidido e a greve da categoria continua por tempo indeterminado. Os negociadores disseram que têm de consultar os banqueiros sobre a distribuição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os bancários também reclamam de ações da Polícia Militar que estariam agindo com excesso em algumas ocasiões.

Eles vão levar aos donos dos bancos as diversas simulações que foram feitas na quinta e sexta-feira, 1 e 2 de outubro. Os negociadores também não marcaram data para uma nova rodada e alegaram que isso também depende da resposta que receberão sobre as simulações de modelos de PLR que devem levar aos bancos na segunda-feira 5.

De acordo com o Sindicato dos Bancários, os negociadores da Fenaban voltaram para a mesa de negociação sem qualquer proposta para o índice de reajuste salarial, para a preservação dos empregos ou valorização dos pisos. Cobrados pelos dirigentes sindicais, voltaram a insistir que emprego não será debatido na Fenaban.

Para Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba e membro do Comando Nacional dos Bancários, os representantes dos banqueiros estão fazendo o jogo de sempre, como estratégia para acabar a greve no cansaço. "Os bancos apostam no desgaste que a greve provoca, utilizam a força policial para fazer valer o cumprimento da enxurrada de interditos proibitórios, mas os bancários vão superar tudo isto e fazer valer sua força para conquistarem suas reivindicações na luta, como sempre fizeram", concluiu.

Quanto ao abuso da utilização dos interditos proibitórios e da pressão exercida pela força policial para fazer valer a vontade dos bancos, Marcos Henriques disse que acredita muito mais ainda na capacidade de luta da categoria. "Já passamos por situações semelhantes em outras greves e conseguimos manter o grau de mobilização capaz de superar as dificuldades. O fim da greve está nas mãos dos banqueiros que, apesar dos lucros imensos auferidos no primeiro semestre, insistem em não atender às nossas reivindicações”, concluiu.

Na assembléia desta sexta-feira, os bancários repudiaram a postura da Polícia Militar da Paraíba nessa greve pacífica e ordeira da categoria, pelos abusos cometidos contra os grevistas, principalmente em Campina Grande. Na Rainha da Borborema, o Comandante do 2° BPM, acompanhado de oficiais, se prestou ao ridículo papel de ir reabrir a agência centro do Bradesco, inclusive sem mandado judicial. E ainda “aconselhou” os grevistas procurarem a justiça para fazerem valer os seus direitos.

O comando de greve dos bancários está estudando quais as medidas a serem adotadas para coibir esses abusos, inclusive contra essa “festa” de interditos proibitórios negados pela Justiça do Trabalho na primeira instância e “milagrosamente” derrubados pela instância superior. Outro mistério é que as medidas favoráveis aos bancos são tomadas com muita agilidade, enquanto os recursos impetrados pelos Sindicatos “mofam” logo na distribuição.

Nova assembleia nesta segunda-feira, às 17h, no auditório do Sindicato dos Bancários da Paraíba – Av. Beira Rio, 3.100, Tambauzinho.


da redação com assessoria

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