Número de mortes em acidentes com motos subiu mais de 2.000% em 16 anos



Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (4) pelo Ministério da Saúde aponta que as mortes decorrentes de acidentes envolvendo motociclistas cresceram vertiginosamente no Brasil, entre 1990 e 2006. Vale ressaltar, porém, que o estudo leva em consideração apenas o aumento de ocorrências em relação ao número de habitantes, sem abordar o aumento da frota. Apesar disso, os números são alarmantes e apontam para um crescimento de 2.252%: 299 mortes em 1990, contra 6.734 em 2006.

“A moto se tornou uma opção interessante diante dos congestionamentos, além de ter virado um meio de trabalho para muitos. O fato de ser mais barata que automóvel e as facilidades no financiamento também contribuíram para o aumento da frota”, explica a autora do estudo, Marli Montenegro, que trabalha na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

A taxa de óbitos por acidentes com moto subiu de 0,01/100 mil hab. em 1990 para 4,6/100 mil hab. em 2006, nas cidades com menor porte populacional (até 20 mil habitantes). Nas cidades com maior porte populacional (acima de 500 mil habitantes), esse índice foi de 0,2/100mil habitantes em 1990 para 2,6/100 mil habitantes em 2006.

"O acidente de moto ele é um acidente sempre muito grave", explica o tenente Miguel Jodas, do Corpo de Bombeiros. "Nos veículos de passeio normal você tem pára-choque, você tem toda a lataria. Na moto, você faz parte do contexto. Então sempre que você tem um acidente de moto, a probabilidade de fraturas e de lesões nos membros inferiores é praticamente certo."

Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostram que, em relação a óbitos em decorrência de acidentes de transporte terrestre, esse tipo de veículo está em quarto lugar.

Os acidentes de transporte terrestre são a segunda causa de morte por causas externas, correspondendo a 28%. “A conseqüência disso são altos custos para a sociedade, impactos sociais e psicológicos para suas vítimas e familiares”, diz Marli.

Em São Paulo, uma entidade que cuida de pessoas com deficiências físicas recebia a maior parte de pacientes vítimas de arma de fogo. Em 2007, isso mudou. Os acidentes de trânsito e, principalmente, os acidentes com moto, passaram a ser os principais causadores de lesão de medula.

As seqüelas dos acidentes vão além dos movimentos de braços e pernas. "Pode afetar além do controle motor o controle da bexiga e dos intestinos", expllica a médica fisiatra Adriana Cristiane.

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