Sexta-feira Santa

José de Oliveira Santos




É sexta-feira da Paixão!






E minha alma está triste.

A alegria saiu de casa e só a dor subsiste.

Sofro e,

neste sofrimento,

elevo a Deus meu clamor.

Não ouço resposta,

só silêncio,

silêncio profundo,

profunda dor.

O dia se transforma

em noite,

apaga-se o clarão do sol.

É o Filho de Deus

que desce

à morada do sheol!

Cubro a cabeça

de cinzas,

visto-me de saco,

faço jejum,

na minha angústia

vejo que salvar-me

pode homem algum.

Reconheço então

meus pecados,

em mim cessa

todo o canto,

e meu espírito se lava

nas águas de meu pranto.

Mas não bastam

minhas lágrimas

para que eu seja purificado,

preciso ser lavado

no seu sangue,

sangue do Cordeiro

Imolado.

Sei que Ele,

descendo aos infernos,

depois de morrer na Cruz,

fez fugir os demônios

e aproximar

os anjos da Luz.

E no sheol

as almas dos Justos,

que de trevas estavam cobertas,

saem voando

para o Céu,

pois agora estão libertas.

Finalmente chegou o tempo

da Libertação,

em que foi oferecido

o sacrifício perfeito.

Agora a quem quiser

a Salvação

basta recebê-lo

em seu peito.

Lavo minhas vestes

em seu sangue,

derramo sobre minha cabeça

o seu perfume,

pois Ele mergulhou

em minhas trevas

para iluminar-me

com seu lume.

Com sua morte

Jesus renova

minha vida,
trazendo novo alento

ao coração

Ele me ensina

que além da morte

( vencida!)

existe a sua

(e minha!)

Ressurreição!

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