HISTÓRIA E ESTÓRIAS DOS PRINCESENSES (9) por Francisco Florencio – engenheiro aposentado, pesquisador da historia princesense
CHICO SOARES - “CANHOTO DA PARAIBA”
Apresentação
No dia 24 de Abril ultimo CHICO SOARES deixou esta vida. E entrou na Historia. De Princesa, da Paraíba, do Brasil e até do mundo. Nesta época de memória curta, CHICO já era um esquecido, mesmo entre seus conterrâneos princesenses, exceções raras entre aqueles contemporâneos ainda vivos e alguns poucos conhecedores e admiradores de sua arte musical. Entre nós, princesenses, começou um resgate da vida e obra desse conterrâneo impar, em 2004, por ocasião das comemorações da emancipação política do nosso Município. Coordenado pela Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura de Princesa Isabel, foi desenvolvido um enorme projeto de resgate da historia de CHICO SOARES, intitulado “CANHOTO DA PARAIBA – DE PRINCESA PARA O MUNDO”. Este projeto envolveu 4500 crianças e jovens da rede municipal de ensino, seus professores e técnicos . Eu, ANTONIO DELANO, JOÃO MANDU, participamos intensamente desse trabalho, em palestras, entrevistas e textos . Quem viu os resultados na exposição final dos trabalhos se emocionou! Milhares de jovens princesenses escreveram textos, poesias, cartas, desenharam e pintaram, modelaram figuras e ambientes, tocaram e ouviram a musica de CHICO. Foram produzidos vídeos, entrevistas, palestras, sempre sobre o mesmo tema. A Radio Princesa, a Igreja Católica, a Câmara Municipal também participaram do evento. Foi realizado o “I CONCURSO DE VIOLÃO – CANHOTO DA PARAIBA –“. Uma rua ganhou o nome de “CHICO SOARES – CANHOTO DA PARAIBA”. Eu testemunhei – emocionado – uma garota de 12 anos, que descrevia a vida e obra de CHICO, como se ele fosse um seu contemporâneo ou mesmo alguém de sua família. Nenhuma publicação, filme, exposição ou outro meio de divulgação, sozinho teria conseguido esse resultado! Praticamente uma nova geração descobriu um novo personagem magnífico e por cima, um conterrâneo. Infelizmente, nesta comemoração não tivemos a presença física do homenageado, por absoluta impossibilidade física do mesmo, de poder se deslocar até nossa cidade. Em novembro de 2006, com o apoio da Prefeitura Municipal, e principalmente de amigos, especialmente do velho amigo ANTONIO DELANO, CHICO fez sua ultima visita à terrinha querida. De novo testemunhei quando ele confessou que aqueles foram dias dos mais felizes de sua vida. Recebeu ele homenagens, presentes, reviu velhos e novos amigos, tendo sido realizado um evento que chamou-se “NOITE DA SAUDADE”, onde foi feita uma belíssima apresentação de músicos princesenses, jovens e maduros , na Pousada do Cedro ,que o fez ir às lagrimas de emoção, como aos que lá estiveram. Tudo isso está registrado em fotos e vídeo, que poderão ser vistos no site do conterrâneo MARDSON MEDEIROS (www.princesapb.com). E agora, quando CHICO se despediu da vida, de novo, seus conterrâneos, com o apoio oficial e dos seus eternos admiradores , demonstraram suas melhores emoções pela partida do amigo e do conterrâneo, através das mais variadas formas de expressão, tais como a programação especial da Radio Princesa, informação da população por carro de som, serviço de som da Matriz local, ato publico com participação de músicos locais, luto oficial do município e representação oficial no enterro, com a presença do Prefeito THIAGO PEREIRA e comitiva. Faço esta longa apresentação, para registro histórico. Que se registre, que o povo princesense, um dia, voltou a se lembrar de um de seus melhores filhos, reverenciou-o e refez uma parte da sua memória coletiva. Que assim agindo, aprendeu a valorizar o que nossa terra melhor pode produzir: homens e mulheres excepcionais, tal como este que acabou de partir: CHICO SOARES – O CANHOTO DA PARAIBA! Para aqueles princesenses –ou não – que pouco ou nada sabem sobre este personagem , apresento uma biografia, que se não está completa , é por conta da sempre limitação de espaço que um jornal nos impõe, pois o que se pode dele escrever, daria um livro de muitas paginas. Livro que desde já espero que um conterrâneo ou não, motive-se a escreve-lo!
BIOGRAFIA
AS ORIGENS
FRANCISCO SOARES DE ARAUJO nasceu em 19 de março de 1926, na cidade de Princesa Isabel, Paraíba. Exatamente na Rua Coronel Antonio Pessoa, 30 - hoje Rua Músico CHICO SOARES ( CANHOTO DA PARAIBA). Filho do segundo casamento do seu pai – ANTONIO SOARES DE ARAUJO, com QUITERIA LOPES DE ARAUJO. Família grande, com 4 irmãos e 5 meio-irmãos. O avô de CHICO – JOAQUIM SOARES – era clarinetista. O pai, violonista (e sacristão de profissão). Dois irmãos – LULA e GIA – também eram músicos. Na sua casa reuniam-se os principais músicos de Princesa, como o acordeonista Zé Costa, os violonistas Zé Micas e Luiz Dantas, o saxofonista MANOEL MARROCOS, o regente da banda local JOAQUIM LEANDRO que lhe ensinou as primeiras notas. Na sua casa eram constantes as serenatas e saraus musicais. Pode-se assim entender a origem da veia musical de CHICO SOARES!
NASCE UM MÚSICO
Nesse ambiente farto de sons e musicalidade, aos 12 anos, fascinado pelo tocar de violão do pai, ganha dele como presente, um violão - que foi destruído num acidente-, vindo somente a ter outro aos 15 anos. CHICO era canhoto e se tivesse que adaptar o violão a essa sua característica, teria que alterar todo o encordoamento do instrumento. Como esse violão era dividido com os demais “tocadores de violão” da família, CHICO terminou se adaptando e desenvolveu aquilo que o tornou nacionalmente conhecido – -usar o braço do violão no lado do ombro direito. Daí, anos depois, em Recife, ganhar o nome artístico de “CANHOTO DA PARAIBA”. Dominado o instrumento, orientado pelo pai, pelo tio e por outros músicos princesenses, ele passou a tocar em festas, serenatas e nas radio-difusoras de Princesa: a VOZ DE PRINCESA E IBIAPINA. Em 1944, com 18 anos, foi levado para Recife pelo frade carmelita FREI CASANOVA, para tentar um emprego na Rádio Clube de Pernambuco. Por saudade, desistiu e voltou para Princesa, de onde só saiu em 1951, já com 25 anos. Contam alguns contemporâneos seus, que CHICO vivia em quase todos os momentos diários junto a seu violão, como se fosse uma extensão do seu corpo e de sua alma! Assim, pode-se afirmar que “Princesa foi o berço e a grande escola onde se moldou e se formou o gênio musical” que foi CHICO SOARES!
NASCE A ESTRELA “CANHOTO DA PARAIBA”
Em 1951, levado pelo então Deputado ANTONIO NOMINANDO DINIZ, assinou contrato com a Rádio Tabajara de João Pessoa, onde ficou até 1957. Lá, conviveu com grandes músicos, como SIVUCA e LUPERCE MIRANDA. Com a companheira MARIA LACERDA (Nazinha), teve 2 filhas- Lourdes e Corrinha- que são nomes de valsas de sua autoria. Em 1955, com 29 anos, fica viúvo. Em 1957, transfere-se para Recife, onde vem a integrar o elenco da Radio Jornal do Comercio (aquela que falava “de Pernambuco para o mundo”). É em Recife, que ele amplia seu circulo de amizades com importantes nomes do “CHORO” (um estilo musical). E ganha o nome de “CANHOTO DA PARAIBA” dado por um produtor do programa de radio “luar do sertão” da Rádio Jornal do Comercio, de Recife. Em 1959, CHICO vai ao Rio de Janeiro, numa viagem de jipe de 5 dias, junto com amigos e tem o grande encontro com a nata dos “chorões” cariocas, onde causou a mais vivida impressão pela sua técnica inimitável e pela sonoridade e estilo ,revelando-se um mestre na arte da composição e um virtuose do seu violão canhestro, no dizer do musico e produtor musical Herminio de Carvalho. O conhecido musico PAULINHO DA VIOLA , registra que foi nessa ocasião, que entusiasmado pela performance de CHICO, ganhou enorme motivação para sua futura carreira musical. Voltando para Recife, casa-se com EUNICE GADELHA, de quem teve mais duas filhas: FATIMA e VITORIA- que também são nomes de valsas de sua autoria. Em 1968, grava seu primeiro disco (LP)– ÚNICO AMOR – pela produtora pernambucana Rozemblit. Em 1971, grava um segundo disco (LP)– UM VIOLÃO DIREITO NAS MÃOS DO CANHOTO – gravação particular, financiada por amigos e admiradores. Em 1977, produz seu terceiro disco (LP) “CANHOTO DA PARAIBA, O VIOLÃO TOCADO PELO AVESSO, pela produtora Marcus Pereira . Em 1993 e 1994, mais um disco (LP) “PISANDO EM BRASA” e o primeiro CD “COM MAIS DE MIL”.O primeiro pela produtora Caju Music e o segundo pela produtora Marcus Pereira. Ao longo de sua carreira artitistica, teve participação destacada em muitos outros títulos de discos, alem de ter suas belas composições apresentadas por outros músicos. E’ a grande fase, o apogeu da carreira, com viagens, tournées, shows, sendo um dos artistas mais requisitados nos eventos musicais do Recife e outros lugares. Era preciso agendar com bastante antecedência para se ter oportunidade de ter o artista nos eventos. Em 1996 -1997, em projeto apoiado pelo Banco do Brasil, animado pelo seu Superintendente Regional na Paraiba – GERALDO AZEVEDO – que CHICO teve sua ultima grande presença no cenário artístico, se apresentando em mais de 50 cidades da Paraiba , e até em Portugal. Em 1995, com 69 anos de idade e 51 de carreira artística aposenta-se , por tempo de serviço num pequeno emprego que tinha no SESI de Recife, onde era funcionário da assistência social, e pelo tempo que trabalhou na Transportadora Relâmpago, onde era mantido pela amizade do seu proprietário, para animar os eventos de lazer naquela empresa. Nesse período, CHICO veio muitas vezes à Princesa. Era sempre o grande reencontro. Gerava admiração,curiosidade e encanto com sua maestria. Era a grande noticia. O comentário principal dos princesenses. Em 1996, na Semana da Cultura, por ocasião da data da emancipação do Municipio, CHICO e MANOEL MARROCOS – outro grande musico princesense – foram as figuras de destaque. Sua ultima visita, ainda saudável foi em dezembro de 1997, a convite de JOÃO MANDU, para participação na Festa da Padroeira. Como escrevi acima, na apresentação, em 2004, CHICO foi a figura central da mesma comemoração oficial, a qual não compareceu por conta da doença, e, em 2006, sua ultima visita à Princesa, sua despedida e, sem dúvida - pelo que testemunhei – uma de suas ultimas grandes alegrias.
ESVAE-SE A ESTRELA
Em 8 de abril de 1998, aos 72 anos, um derrame (AVC) atinge CHICO com efeito devastador na sua capacidade física e mental. O lado esquerdo paralisado, impossibilitou-o de tocar o seu velho companheiro violão- a “tabuinha” como o apelidava. Falava com dificuldade, não andava e precisava de fisioterapia permanentemente. Somando-se a esta tragédia , uma outra se abateu sobre ele, ao ficar viúvo pela segunda vez. Passou então a viver com sua filha Vitoria Gadelha até seus últimos dias. Morava –nos últimos anos - em Paulista, cidade pernambucana na área do Grande Recife, no bairro Maranguape I, numa casa simples, sem maiores confortos, mas cheia de recordações , principalmente de sua terra natal, assunto permanente em suas conversas e entrevistas. CHICO tinha como principal fonte de renda uma aposentadoria de seis salários mínimos, que estava longe de cobrir as despesas com as suas sessões de terapia diária. Assim que souberam do seu grave estado de saúde (chegou a ser internado em UTI), vários dos grandes nomes do chorinho e do samba, cariocas e pernambucanos, realizaram no Teatro Guararapes, com produção da Raio Lazer, um show beneficente para o violonista. Estiveram lá desde o seu maior fã, PAULINHO DA VIOLA, ao mitológico ÉPOCA DE OURO (grupo que acompanhava Jacob do Bandolim), ALTAMIRO CARRILHO, e os pernambucanos DALVA TORRES, NUCA, RACINE, CLÁUDIO ALMEIDA, NENÉO LIBERALQUINO. A renda líquida, R$ 27.180,00, transferida para CHICO, foi gasta no tratamento intensivo a que ele era submetido na época.
AS HOMENAGENS TARDIAS
Em 2002, numa iniciativa inédita no país, Pernambuco foi o primeiro estado brasileiro a instituir, no âmbito da Administração Pública, o Registro do Patrimônio Vivo, que reconhece e gratifica com uma pensão vitalícia mensal representantes da cultura popular e tradicional do Estado. Um dos primeiros agraciados foi CHICO SOARES, junto com outros músicos pernambucanos como Camarão, Lia de Itamaracá e Mestre Salustiano A cerimônia de entrega dos primeiros 12 títulos de Patrimônio Vivo de Pernambuco, aberta ao público, foi realizada em frente ao Palácio do Governo do Estado (Campo das Princesas), no Recife, às 19 h do dia 31 de janeiro de 2006. No dia 9 de junho de 2004, durante a cerimônia de reabertura do Projeto Pixinguinha, o Presidente LULA homenageou CHICO SOARES como um dos mais geniais músicos brasileiros. Uma escolha justa, já que no projeto original, a turnê – em 1977 -de CHICO com PAULINHO DA VIOLA foi uma das de maior sucesso. Quando, em 1997, o projeto Pixinguinha foi cancelado na última hora, estavam previstas apresentações de CHICO SOARES com o violonista CAIO CÉZAR. Em 2004, homenageando à CHICO SOARES, o Governo do Estado da Paraiba criou o Registro dos Mestres das Artes (REMA), conhecido como LEI “CANHOTO DA PARAÍBA”.Esta Lei garante o benefício de dois salários mínimos mensais a artistas de reconhecido valor, cujo trabalho tenha contribuído ao longo dos anos para a formação do patrimônio cultural paraibano. A Lei de nº 7.694, de 22 de dezembro de 2004, foi publicada no Diário Oficial do Estado do dia 16 de julho de 2005. Seu primeiro artigo registrará – de forma indelével – o nome de CANHOTO DA PARAIBA todas as vezes que um artista paraibano ganhar seu direito mínimo á sobrevivência, dado pela sociedade que dele recebeu sua contribuição artística
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. “Art. 1º Fica instituído, no âmbito da Administração Pública Estadual, o Registro dos Mestres das Artes – Canhoto da Paraíba (REMA-PB), a ser feito em livro próprio, a cargo da Secretaria da Educação e Cultura do Estado da Paraíba, assistida, neste mister, na forma prevista nesta Lei, pelo Conselho Estadual de Cultura, criado pelo Decreto nº 3.930, de 10 de agosto de 1965.”
OCASO DA ESTRELA
Os últimos anos de vida do grande artista: doente, sem recursos, esquecido do grande publico e protegido de última hora pelo poder público. Mas CHICO também foi grande na dor. Resignado, conviveu com a doença, e guardando seu jeito, seu sorriso, encantou ainda à tantos que o visitava em sua residência. E assim, passados 10 anos de uma longa jornada de sofrimentos após o AVC que o atingiu, CHICO SOARES – O CANHOTO DA PARAIBA deixou esta vida para entrar na história. Familiares, amigos de ontem e de hoje, conterrâneos e admiradores se despediram emocionados, ficando seus restos mortais no cemitério de Paulista. Quem sabe, provisoriamente, até o dia em que seus conterrâneos princesenses resgate-os e traga-os para repousar eternamente sobre a Serra da Borborema, em sua terra natal, paixão de sua vida, sua terrinha - PRINCESA ISABEL - que dele foi berço e dele poderá ser último repouso.
CHICO SOARES – O SER HUMANO ADMIRADO
DEPOIMENTOS
Resumidamente descrevi os caminhos da vida e da obra de CHICO SOARES. Mas sabe-se que, dentro de cada ser humano existe um jeito de ser que só é percebido pelos que o rodeiam, que com ele convivem. Assim deixo àqueles que um dia cruzaram seus caminhos com o de “CHICO SOARES” e ou “CANHOTO DA PARAIBA” darem seus testemunhos:
LUIZ GONZAGA – O GRANDE SANFONEIRO : “ CHICO SOARES DEVERIA TER ADOTADO OUTRO NOME ARTISTICO
LUIZ NASSIF- JORNALISTA DE RENOME NACIONAL: “NUNCA VI PESSOA TAO DOCE, POUCAS VEZES OUVI MUSICO TAO TALENTOSO! FERNANDO CANECA- COMPOSITOR, VIOLONISTA RECIFENSE- “ELE (CHICO) E’ UM ENSINAMENTO. MESMO NA ENFERMIDADE, CONTINUA SENDO CAPAZ DE TRANSMITIR SENTIMENTOS ESSENCIAIS”
ALDEMAR PAIVA- ESCRITOR E JORNALISTA PERNAMBUCANO: .CHICO SOARES VEIO VINDO PARA PERNAMBUCO COM O SEU VIOLAO. SIMPLES E BOM. DE 1958 PRA CA, SOUBE TORNAR-SE A FIGURA ARTISTICA MAIS REQUISITADA DO NOSSO AMADO RECIFE. NINGUEM MELHOR DO QUE ELE SE ENQUADROU NO ESPIRITO FELIZ DESTA CIDADE...”
AMIGOS DE CANHOTO-( NA CAPA DO CD ”ÚNICO AMOR) “O QUE E’ UM FENOMENO? E’ TUDO AQUILO QUE E’ MARAVILHOSO, SURPREENDENTE E RARO, PERCEBIDO PELOS SENTIDOS OU PELA CONSCIENCIA. E’ AQUILO QUE SE DISTINGUE NAS PESSOAS, NÃO OBSTANTE SIMPLES E MODESTAS, DOTADAS DE UM TALENTO EXTRAORDINARIO. DESTA FORMA QUEREMOS NOS REFERIR AO TALENTOSO E EXTRAORDINARIO VIOLONISTA CHICO SOARES, NASCIDO EM PRINCESA ISABEL”
PAULINHO DA VIOLA- MÚSICO CARIOCA: “EU NÃO QUERIA PARTICIPAR DAQUELAS RODAS (DE CHORO) COMO MUSICO. QUANDO VI O CANHOTO TOCAR FIQUEI TAO ENTUSIASMADO QUE ME TOQUEI. ERA TAO SUBLIME, TAO TECNICAMENTE PERFEITO. ACHO QUE O CANHOTO ME INFLUENCIOU A TOCAR, MAIS DO QUE MEU PAI E JACOB DO BANDOLIM.”
JACOB DO BANDOLIM – MUSICO CARIOCA RENOMADO: NUMA ENTREVISTA COMENTANDO O ENCONTRO DELE COM CHICO, NO RIO DE JANEIRO: ...”CHICO E’ UM ARTISTA ENTERRADO LA’
BADEN POWEL- VIOLONISTA DE FAMA INTERNACIONAL: “EU, BADEN POWEL, SOU MUSICO E VIOLONISTA HÁ MUITOS ANOS, MAS, EM RECIFE, APRENDI A TOCAR VIOLÃO COM CHICO SOARES”
JOAO ALBUQUERQUE- PRODUTOR MUSICAL RECIFENSE: MUSICO NATO, HOMEM SIMPLES, FIBRA DE SERTANEJO DE PRINCESA, EXEMPLAR CHEFE DE FAMILIA E COMPANHEIRO DE TRABALHO. CARATER PURO DE MENINO FELIZ. RESPEITANDO OS COMPROMISSOS ASSUMIDOS, JAMAIS NEGA-SE A UMA TOCATA PARA OS AMIGOS, INDEPENDENTE DA HORA E DO DIA. PARECE QUE O VIOLAO NÃO CANSA-O, COMO TAMBEM, NÃO CANSA OS QUE O OUVEM TOCAR. TAMBEM NÃO FEZ DE SEU INSTRUMENTO UM MEIO DE VIDA NO SENTIDO DE COMERCIALIZA-LO. FEZ DO VIOLAO UM INSTRUMENTO DE TRANSMISSAO DE SUA MUSICA E DE SEUS SENTIMENTOS “
ANTONIO DELANO – MUSICO PRINCESENSE: CHICO ERA MEU IRMÃO. AMIGO, COMPANHEIRO. DE UMA SIMPLICIDADE IMPAR. DOCE COMO UMA CRIANÇA. DESLIGADO DAS VAIDADES E DAS PREOCUPAÇÔES MATERIAIS. PRA ELE TAVA TUDO SEMPRE BEM, MESMO NOS MOMENTOS MAIS DIFICEIS DA VIDA. UM EXEMPLO DE SER HUMANO.
JOAO MANDU - AMIGO E CONTERRÂNEO:
CHICO VEIO A ESTE MUNDO COM A MISSÃO DE ALEGRA-LO COM SUA MUSICA E MELHORA-LO COM SEU JEITO DE SER. ALEM DO NOME, CHICO ERA UM FRANCISCANO NA SUA HUMILDADE, DESAPEGO E NO AMOR COM QUE CANTAVA A VIDA. O CEU DEVE ESTAR AINDA MAIS ANIMADO COM A CHEGADA DELE!
URARIANO MOTA – JORNALISTA PERNAMBUCANO “ Existe um homem que é grande no tocar, existe um sereno e augusto artista que é largo e alto de coração, existe um violonista de nome Francisco Soares de Araújo, que a simplificação da gente achou por bem chamar de Canhoto da Paraíba.”
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